# a arte:
Há assim uma "meia dúzia" de artistas que me impressionam muito com o seu trabalho.
Impressionam tanto e de tal forma, que eu fico sempre com a sensaç?o que as suas obras n?o s?o bem cá deste mundo. S?o superiores. S?o geniais.
Lidó Rico faz parte desse grupo de gente meio extraterrestre (no sentido literal da palavra).
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# e agora algo completamente diferente:
(SOBRE)VIVER
posted by .j. @ 7:40 da tarde, ,
# a propósito de Julho:
Meus julhos
1. Sou julho,
estou explicado só pelo sol
Meu erro
é procurar um território
apto a nascer
A única geografia
que me aceita é a poesia
Como a chuva
que repousa entre nuvem e terra
me escrevo
na ausencia de todas as línguas
2. Me esqueço-me:
só me falto eu
para ficar todo só
3. Antes de nascer
já eu tinha envelhecido tudo
Por isso,
nao me espanta
o casal de pedras que engravidou
Minha doença,
felizmente,
é muito miracurável
- Julho 1989 -
[Mia Couto,
in Raiz de Orvalho e outros poemas]
posted by .j. @ 3:47 da tarde, ,
Pronto, já tenho comentários e está tudo direitinho...
O que acham deste template?
* Fui buscar inspiraçao a música "Um biquini as bolinhas amarelas que eu vi..." :)
posted by .j. @ 12:58 da tarde, ,
Evidencia I:
Acabei de mudar o template. Claro que nao podia correr tudo bem, por isso nao consegui colocar comentarios e os acentos tambem nao funcionam. Enfim... hoje fico por aqui. Nao vou mexer mais nesta coisa.
Evidencia II:
isto assim cheira a verao.
Pe:
aparecem os ultimos cinco posts. pode ser? *
posted by .j. @ 3:13 da tarde, ,
mensagem de facil leitura:
quinta-feira, julho 22, 2004
posted by .j. @ 2:58 da tarde, ,
Brevemente, num cinema perto de si...
terça-feira, julho 20, 2004
... a brilhante curta-metragem:
"Ali, os dois, falando pouco, talvez nem uma palavra"
[fotografias de Miguel e Inês]
Aos meus companheiros nesta aventura
apenas tenho a dizer: Dezoito, está ao nosso nÃvel. Qual é o próximo passo?
Passámos primeiro em Hollywood ou o limite será já o céu?
Parabéns a mim, I. e M.
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[ps.: o que é que se passa com o Blogger? como é que coloco imagens?
se alguém me explicar, a gerência do borras agradece.]
posted by .j. @ 6:30 da tarde, ,
Quem me dera...
terça-feira, julho 13, 2004
[foto de c.vector]
...fotografar-te no exacto momento em que abres este blogue.
posted by .j. @ 8:13 da manhã, ,
Nobody here...
### divirtam-se aqui ###
posted by .j. @ 1:11 da manhã, ,
A esta hora...
segunda-feira, julho 12, 2004
... fugir contigo seria uma óptima ideia.
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"Se, pela manhã, um homem ouve as coisas certas, pode morrer à noite sem lamentar nada."
-Confúcio-
posted by .j. @ 7:54 da tarde, ,
Look at...
sábado, julho 10, 2004
[link na imagem para LOOK AT ME]
(...)"vou a correr construir um lugar, não será o meu, mas será uma razão, não sinto que tenha um lugar, talvez venha a sentir, fá-lo-ei meu, enfiar-me-ei nele, enfiarei lá alguém, encontrarei lá alguém, enfiar-me-ei nele, direi que sou eu, talvez ele fique comigo, talvez o lugar fique connosco, um no outro, e o lugar à nossa volta, e tudo acabará, já não terei de me mexer, fecharei os olhos, só terei de falar, será fácil, terei coisas para dizer, falarei de mim, da minha vida, direi que foi uma boa vida, saberei quem fala, acerca de quê, saberei onde estou, talvez possa calar-me" (...)
- Samuel Beckett,
in O Inominável -
posted by .j. @ 6:11 da tarde, ,
observação III: a fotografia do dia
sexta-feira, julho 09, 2004
posted by .j. @ 5:02 da tarde, ,
observação II: a pátria
cinco dias depois, as bandeiras continuam à janela.
vai ser para sempre?
posted by .j. @ 1:32 da tarde, ,
observação I : o nó
do Lat. nodu
s. m.,
laço apertado feito de corda, cordel ou coisa semelhante, cujas extremidades passam uma pela outra, apertando-se.
posted by .j. @ 1:13 da tarde, ,
poema-do-dia
segunda-feira, julho 05, 2004
Tudo acontece
Como todos os dias
uma jovem mulher atravessa a praça
Sempre a mesma de carteira óculos escuros
como todas as outras um tanto bela
um tanto esquiva
Dois homens de fato
saúdam-se tão contentes
como ontem e depois afastam-se
nunca se lembram de mais nada
O sol estende sombras
sulca a pele
não sabe fazer mais nada
sulca a carne
O empregado já sabe o que bebo
e eu sei o preço de estar protegido
aqui à sombra
Tudo acontece
como todos os dias
muito nÃtido e claro.
-Bruno Weinhals,
poeta austrÃaco,
in Uma conversa passa pelo papel e outros poemas-
posted by .j. @ 10:34 da manhã, ,
Luto:
sexta-feira, julho 02, 2004
Poema
A minha vida é o mar o Abril a rua
O meu interior é uma atenção voltada para fora
O meu viver escuta
A frase que de coisa em coisa silabada
Grava no espaço e no tempo a sua escrita
Não trago Deus em mim mas no mundo o procuro
Sabendo que o real o mostrará
Não tenho explicações
Olho e confronto
E por método é nu meu pensamento
A terra o sol o vento o mar
São a minha biografia e são meu rosto
Por isso não me peçam cartão de identidade
Pois nenhum outro senão o mundo tenho
Não me peçam opiniões nem entrevistas
Não me perguntem datas nem moradas
De tudo quanto vejo me acrescento
E a hora da minha morte aflora lentamente
Cada dia preparada
A autora deste poema,
Sophia de Mello Breyner Andresen,
faleceu hoje em Lisboa.
A poesia portuguesa veste o luto este fim-de-semana.E eu também.
posted by .j. @ 9:12 da tarde, ,