Ela tenta sonhar com a vida no útero, mas não consegue. Talvez por isso, todos os anos, no dia 19 de Junho, ela pergunta «então como é que foi?», ao que o pai responde um sorriso tímido e a mãe lá repete a lenga-lenga, mais ou menos assim «Deves ter sido fabricada daquela vez que fomos visitar o Palácio Nacional de Sintra. Nove meses depois, nasceste por volta da meia-noite e oito minutos, de rabo virado para a lua...»

A conversa continua, desde as primeiras dores de parto aos primeiros anos de vida, entrada na escola, aparecimento de irmãos, atropelamento, asneiras, primeiros amores, primeiras saídas à noite, enfim....

24 anos depois eles continuam certos que são a casa, ponto de partida e de chegada, sem contudo perceberem muito bem o que é isso de ter uma filha mais velha, que vive perto do coração mas longe da vista, traçando o destino em direcção aos seus próprios filhos.

Perante isto, eu sou apenas a filha possível. Longe de satisfazer os sonhos deles, mas nem por isso deixando de provocar gargalhadas com certas parvoíces (por exemplo, essa fotografia oferecida num certo Natal...). E abraços.

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posted by .j. @ 11:30 da tarde,

6 Comments:

At 1:30 da manhã, Blogger Unknown said...

até hoje e com certa regularidade vou prometendo a mim mesmo que ainda vou fazer uma bd à volta daquela tua história da cassete. Isso é ouro! OURO!

 
At 10:46 da manhã, Blogger Unknown said...

:)

[parabéns e coiso e tal]

 
At 11:17 da manhã, Blogger Bruna Pereira Ferreira said...

Agora já sei: sempre que me cruzar contigo nas ruas em Lisboa, é porque fazes anos.
Parabéns!!!

 
At 11:49 da manhã, Anonymous Anónimo said...

ric, tambem me lembro do momento em que te contei essa história :) *

jl, obrigada e coiso e tal

bruna, é verdade, fica então marcado o encontro para daqui a um ano na Pascoal de Melo :)

.j.

 
At 6:19 da tarde, Blogger Pedro Miranda said...

Parabéns! (atrasados)

 
At 8:09 da tarde, Anonymous Anónimo said...

mas ó joaninha, és um espectáculo de filha miúda.

Tou-te a dizer, eu sei destas coisas.

 

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