A Esfínge
sábado, fevereiro 26, 2005
[ "Sem auxílio nem fuga" - 2005 ]
[ Fotografia de .j. ]
Aqui nao há nada,
Nada entre o céu e a Terra…
Nao há nada nos desertos da solidao.
Só as duas placas de vidro que esmagam a realidade,
Apenas as imagens rápidas
Que trespassam os pensamentos,
Como punhais de cristal.
Ela está enterrada no deserto árido,
Submersa no solo até a longitude dos seios,
Qual esfinge abandonada, estátua de argila
Membros amputados, sem auxílio nem fuga,
Corroída pela voz dos ventos e fustigada pelas tempestades…
Na luminosidade triste e baça do fim de tarde
Levantam-se dos solos as sombras solitárias,
Espíritos divagueantes daqueles que já nao existem…
No interior das grades ósseas do externo guarda o cofre das maldiçoes
E nas pontas dos cabelos pendem, enforcados, os que ousaram usurpá-la…
Carl Isle
posted by Anónimo @ 10:41 da tarde,
2 Comments:
- At 11:27 da tarde, .j. said...
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espero que nao leves a mal o atrevimento da fotografia junto do texto :)
beijinho gordinho pra ti, zil* - At 10:20 da tarde, Unknown said...
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Boa foto. Quanto ao poema, já te disse o que penso dele BB.