A Esfínge


[ "Sem auxílio nem fuga" - 2005 ]
[ Fotografia de .j. ]

Aqui nao há nada,
Nada entre o céu e a Terra…
Nao há nada nos desertos da solidao.
Só as duas placas de vidro que esmagam a realidade,
Apenas as imagens rápidas
Que trespassam os pensamentos,
Como punhais de cristal.
Ela está enterrada no deserto árido,
Submersa no solo até a longitude dos seios,
Qual esfinge abandonada, estátua de argila
Membros amputados, sem auxílio nem fuga,
Corroída pela voz dos ventos e fustigada pelas tempestades…
Na luminosidade triste e baça do fim de tarde
Levantam-se dos solos as sombras solitárias,
Espíritos divagueantes daqueles que já nao existem…
No interior das grades ósseas do externo guarda o cofre das maldiçoes
E nas pontas dos cabelos pendem, enforcados, os que ousaram usurpá-la…

Carl Isle

posted by Anónimo @ 10:41 da tarde,

2 Comments:

At 11:27 da tarde, Blogger .j. said...

espero que nao leves a mal o atrevimento da fotografia junto do texto :)

beijinho gordinho pra ti, zil*

 
At 10:20 da tarde, Blogger Unknown said...

Boa foto. Quanto ao poema, já te disse o que penso dele BB.

 

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