Hoje sou tal e qual como este poema:

Pneumotórax

Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que nao foi.
Tosse, tosse, tosse.

Mandou chamar o médico:
— Diga trinta e tres.
— Trinta e tres . . . trinta e tres . . . trinta e tres . . .
— Respire.

................................................................

— O senhor tem uma escavaçao no pulmao esquerdo e o pulmao direito infiltrado.
— Entao, doutor, nao é possível tentar o pneumotórax?
— Nao. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.

Manuel Bandeira (1886 - 1968)

[Retirado de «Um poema por semana», Público Online]


Só ainda nao decidi se sou o doutor ou o doente...

posted by .j. @ 12:54 da manhã,

2 Comments:

At 1:19 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Mais importante ainda, vais deixar algu?m ver-te dan?ar um tango argentino?

 
At 12:51 da tarde, Anonymous Anónimo said...

beijinhos jo *

 

Enviar um comentário

<< Home