Morreu: não só um dos nomes mais bonitos que conheço (fiama, fiama...), mas também a responsável por alguns dos versos que mais gosto de reler. É a primeira grande perda de 2007 e, quase ironicamente, a sua "obra breve" foi o último dos meus livros de 2006. Contra o arrepio, fica o poema "a um poema":
A um poema
A meio deste inverno começaram
a cair folhas demais. Um excessivo
tom amarelado nas imagens.
Quando falei em imagem
ia falar de solo. Evitei o
imediato, a palavra mais cromática.
O desfolhar habitual das memórias é
agora mais geral e também mais súbito.
Mas falaria de árvores, de plátanos,
com relativa evidência. Maior
ou menor distância, ou chamar-Ihe-ei
rigor evocativo, em nada diminui
sequer no poema a emoção abrupta.
Tão perturbada com a intensa mancha
colorida. Umas passadas hesitantes.
entre formas vulgares e tão diferentes.
A descrição distante. Sobretudo esta
alheada distância em relação a um Poema.
FIAMA HASSE PAIS BRANDÃO (1938)
Três Rostos
posted by .j. @ 12:20 da tarde,
4 Comments:
- At 3:27 da tarde, said...
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Olá!sei que não te conheço e que tu também não me conheces mas mesmo assim decidi postar um comentário.
Não sou uma pessoa muito ligada á poesia, mas gostei deste poema, desta escritora/poeta que não conhecia.
No meu bog mostro meu poema preferido, passa por lá talvez também gostes dele (isso se ainda não o conheces.
O meu blog é: sofia-sama.blogs.sapo.pt
Sofia-Sama - At 10:10 da manhã, Bruna Pereira Ferreira said...
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Sim, foi-se uma daquelas pessoas que têm o dom de arrepiar com letras.
Ficam-nos os versos, lindos.
:) - At 11:26 da manhã, MIG-L said...
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Obrigado pelo tributo...
beijitos - At 6:22 da tarde, marta r said...
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Como diz a Bruna, ficam-nos os versos... Por isso, ela também fica.
É assim com os grandes poetas.